Blog dos alunos do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade de Santiago.
16 de Fevereiro de 2012

Muitos são aqueles que procuram a tranquilidade, um lugar que te faz pensar, relaxar, que carrega consigo o bem-estar, a paz e uma paisagem extraordinária. Cabo Verde carrega as dez ilhas, cada uma com a sua beleza, os seus encantos e a sua morabeza, mas uma destas está sendo esquecida: é o caso da Ilha do Maio.

 

Uma ilha com grandes potencialidades turísticas, as belas praias, as enormes dunas que passam a sensação de deserto por suas enormes montanhas de areia, a salina que parece um infinito lençol branco virado para o céu e com o reflexo da luz do sol parece ser um outro planeta. Uma pequena Ilha plana de poucas habitantes, povo humilde, reservado e simpático, enfim, são essas riquezas naturais e humanas que estão sendo esquecidas. A Ilha do Maio é dependente da cidade da Praia, quase todos os produtos para o consumo vem da Praia, e há apenas um barco que faz o transporte de produtos e pessoas semanalmente, além de um avião de pequeno porte que não é frequente. No que diz respeito as infra-estruturas ainda há muito que fazer.

 

A maior riqueza do Maio é a tranquilidade e a paz que sobra nessa pequena ilha. As ruas carregam consigo um silêncio, nenhum traço de violência, cada um nos seus afazeres olham o visitante com um olhar inocente de quem que não quer nada. Em cada esquina sente-se a segurança, não há risco de assaltos, nem outro tipo de violência. Em todas as zonas do Maio há algo em comum, a tranquilidade, ruas limpas e silêncio que dá uma sensação de que tudo está parado no tempo, um clima quente e ao mesmo tempo torna-se frio, esse é o lugar que deve ser valorizado. O governo deveria investir mais na Ilha do Maio sabendo que tem todas essas qualidades e possui condições de se desenvolver mais.

 

Assim como damos a mão a um pessoa para levantar quando esta no chão, ou damos força a uma pessoa quando perdem a esperança, a Ilha do Maio está a precisar dessa mão e dessa força. O melhor de Cabo Verde não está onde muitos procuram, mas sim onde poucos encontram, e o Maio é um desses tesouros. Para o melhor desenvolvimento de um país deve haver uma ligação entre todos, não esquecendo de nenhum lado, sabendo que Cabo Verde é constituído por dez ilhas e não por nove, oito ou por sete.

 

Evandro Gomes

 

publicado por vozdaus às 12:03
30 de Janeiro de 2012

A vocação da Universidade de Santiago para a Extensão universitária está expressa em mais um de seus programas, como é o caso do Rota dos Arquípelagos.Através desse programa, a US pretende enviar alguns dos seus alunos para outras ilhas do país, aproveitando as férias lectivas e, simultaneamente, definindo um trabalho a desenvolver nessas ilhas, que abrange três diferentes dimensões: a dimensão académica, a aproximação ao trabalho e a solidariedade.

 

A US, detectando que a maioria dos seus alunos não viaja para fora da sua ilha, entende que deve ser força motriz para que esta experiência se concretize, contribuindo para o desenvolvimento de outras competências para além do desenvolvimento cognitivo e intelectual, a partir da via científica da educação formal. A US assume que, na passagem pelo ensino superior, nos dias de hoje, está implícito possibilitar aos alunos uma visão holística da realidade, visão esta que não se compadece com a vivência, única e exclusivamente, confinada ao espaço físico da Universidade.

 

No passado mês de Julho, os alunos da Universidade de Santiago foram para a Ilha Brava, na última edição do projecto Rotas do Arquípelago. Como a próxima edição do programa se aproxima, faremos aqui neste espaço uma retrospectiva dos acontecimentos, através dos textos produzidos pelos alunos do curso de Jornalismo.

publicado por vozdaus às 10:47
20 de Janeiro de 2012

 

Filme: A missão
Diretor: Roland Joffé
Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally
Sinopse: Em pleno século XVIII, no interior da América do Sul, dois padres jesuítas com perfis bem distintos - um homem de guerra e um homem de paz - se encontram numa encruzilhada: obedecer as ordens do papa, ou defender os índios da sua missão religiosa. Filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
 
Sábado, dia 21 de Janeiro, às 18h30, sala 6A

publicado por vozdaus às 17:26
17 de Janeiro de 2012

Com o objectivo de dar a conhecer a diversidade do pensamento intelectual dos afrodescendentes, bem como debater a produção intelectual e o papel desses autores nas ciências sociais e humanas, a Universidade de Santiago vai realizar, nos próximos dias 18 e 19 de Janeiro, a III Conferência Anual Amílcar Cabral/Paulo Freire. Esta edição incidirá sobre o tema “Deslocamentos da Memória e Encontro com Pensadores Afrodescendentes”. O evento decorrerá na Sala de Conferências do Prédio da US. 

 

Numa altura em que se verifica um racismo latente e manifesto em várias partes do mundo, inclusive em Cabo Verde, e numa fase em que os estudantes manifestam pouco interesse e curiosidade pelos autores afrodescendentes, as suas teorias, pensamentos e toda a contribuição para a evolução das ciências socias, esta iniciativa, que traz à Comunidade Académica da US vários pesquisadores e especialistas, pretende garantir uma maior visibilidade académica a esses pensadores.

 

 

A iniciativa enquadra-se no Plano de Actividades do Departamento de Ciências Jurídicas e Socias para o ano lectivo em curso e tem a seguinte programação:

 

18 de Janeiro

09:00 Sessão de Abertura

09:30 - Painel I – Discussão sobre Estudos Afrodiaspóricos em Cabo Verde e no Brasil.

"Abdias Nascimento Versus Amílcar Cabral: A Questão Afrocêntrica em Cabo Verde", pelo Mestre Dejair Dionísio 

"Amílcar Cabral na Africalógica de  Cabo Verde: Contribuições de Asante (Molefi Kete)", pelo Dr. Fábio Gomes

"A afrodescendência no espaço-tempo global - uma possibilidade a partir de Milton Santos", pelo Mestre Quintino Tavares

Moderador: Mestre Elter Carlos

 

14:30 - Painel II – Influência do Sistema de Educação na Identidade Nacional

 "Educação, Cultura e Ideologia em Cabo Verde: Um Estudo sobre a Problemática da Exclusão da Língua Materna do Sistema de Ensino", pelo Professor Doutor Fernando Jorge Tavares

"Formação de Elites e Intelectuais em Cabo Verde", pelo Professor Doutor José Carlos dos Anjos

"Africanidades Versus Europeismos: Pelejas Culturais e Educacionais em Cabo Verde", pelo Professor Doutor Elias Alfama Moniz

"Para uma Distinção Consciente entre o Crioulo e o Português", pelo Professor Doutor H.P. Heilmair (Lonha)

Moderador: Mestre Emanuel Semedo

 

19 de Janeiro

09:30 - Painel III – Intelectuais, Nação e Identidade

"Terra, identidade e Questão dos Rendeiros em Cabo Verde", pelo Professor Doutor Eduardo Camilo

"Intelectualidade Periférica: Do (Des)Enraizamento à (Re)Imaginação Nacionalista do Colonizado/Assimilado" pelo Professor Doutor Gabriel Fernandes

"O Realismo Político na (re)interpretação Panafricanista em Amílcar Cabral", pelo Mestre Aquilino Varela

"Um Diálogo Fanon/Homi Bhabha sobre a Identidade do Ex-Colonizado: O Caso de Angolanos e Cabo-verdianos em Angola (1947-1975)", pelo Mestre Nardi Sousa

Moderador: Professor Doutor José Carlos dos Anjos

 

14:30 - Painel IV – Da Alteridade à Identidade

"As Representações do Cabo-verdiano e a construção da sua identidade (finais do século XVIII e a primeira metade do século XIX)", pelo Mestre Danilo Santos 

"Paulo Freire: Uma Pedagogia da Alteridade e da Dialogicidade", pelo Mestre Elter Carlos

"Finaçon: Ponto de Partida para Repensar a Filosofia Cabo-verdiana?", pelo músico e activista cultural Princezito

"Conceitu di Afrocentricidadi komu arma di intervenson pa libertason di povu Afrikanu kontinental: Si Impurtancia na Filosofia di PAIGC e na Mudanca di Pensamentu e Atitudi di Juventudi", pelo activista cultural Jorge André

"Influências de Amílcar Cabral nas Novas Lideranças Juvenis nos Bairros Desfavorecidos", pelo Dr. João José Tavares Monteiro

Moderador: Dr. Redy Lima

 

18:45Encerramento da Conferência com show final de Mensageiros (Hip Hop de Santa Catarina)

publicado por vozdaus às 16:15
16 de Janeiro de 2012

Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia"

O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio porque ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário

PROFESSOR O pensador e romancista italiano Umberto Eco completa 80 anos nesta semana. Ele está escrevendo sua autobiografia intelectual (Foto: Eric Fougere/VIP Images/Corbis)

 

PROFESSOR
O pensador e romancista italiano Umberto Eco completa 80 anos nesta semana. Ele está escrevendo sua autobiografia intelectual
(Foto: Eric Fougere/VIP Images/Corbis)

 

O escritor e semiólogo Umberto Eco vive com sua mulher em um apartamento duplo no segundo e terceiro andar de um prédio antigo, de frente para o palácio Sforzesco, o mais vistoso ponto turístico de Milão. É como se Alice Munro morasse defronte à Canadian Tower em Toronto, Hakuri Murakami instalasse sua casa no sopé do monte Fuji, ou então Paulo Coelho mantivesse uma mansão na Urca, à sombra do Pão de Açúcar. "Acordo todo dia com a Renascença", diz Eco, referindo-se à enorme fortificação do século XV. O castelo deve também abrir os portões pela manhã com uma sensação parecida, pois diante dele vive o intelectual e o romancista mais famoso da Itália.

Um dos andares da residência de Eco é dedicado ao escritório e à biblioteca. São quatro salas repletas de livros, divididas por temas e por autores em ordem alfabética. A sala em que trabalha abriga aquilo que ele chama de "ala das ciências banidas", como ocultismo, sociedades secretas, mesmerismo, esoterismo, magia e bruxaria. Ali, em um cômodo pequeno, estão as fontes principais dos romances de sucesso de Eco: O nome da rosa (1980), O pêndulo de Foucault (1988), A ilha do dia anterior (1994), Baudolino (2000), A misteriosa chama da rainha Loana (2004) e O cemitério de Praga. Publicado em 2010 e lançado com sucesso no Brasil em 2011, o livro provocou polêmica por tratar de forma humorística de um assunto sério: o surgimento do antissemitismo na Europa. Por motivos diversos, protestaram a igreja católica e o rabino de Roma: aquela porque Eco satirizava os jesuítas ("são maçons de saia", diz o personagem principal, o odioso tabelião Simone Simonini), este porque as teorias conspiratórias forjadas no século XIX - como o Protocolo dos sábios do Sião - poderiam gerar uma onda de ódio aos judeus. Desde o início da carreira, em 1962, como autor do ensaio estético Obra aberta, Eco gosta de provocar esse tipo de reação. Mesmo aos 80 anos, que completa em 5 de janeiro, parece não perder o gosto pelo barulho. De muito bom humor, ele conversou com Época durante duas horas sobre a idade, o gênero que inventou - o suspense erudito -, a decadência europeia e seu assunto mais constante nos últimos anos: a morte do livro. É de pasmar, mas o maior inimigo da leitura pelo computador está revendo suas posições - e até gostando de ler livros... pelo iPad que comprou durante sua última turnê americana.

ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?
Umberto Eco -
 Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora. E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com tendinite de tanto dar autógrafos em livros. 

ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel ainda tem sentido?
Eco -
 Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro. Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento). O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos, precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad, você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível fazer num tablet. 

ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como um perigo para o saber?
Eco -
A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia, porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento.

ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?
Eco -
Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias irrelevantes. 

ÉPOCA - Há uma solução para o problema do excesso de informação?
Eco -
Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar. 

ÉPOCA - O senhor já está pensando em um novo romance depois de O cemitério de Praga?
Eco -
Vamos com calma. Mal publiquei um e você já quer outro. Estou sem tempo para ficção no momento. Na verdade, vou me ocupar agora de minha autobiografia intelectual. Fui convidado por uma instituição americana, Library of Living Philosophers, para elaborar meu percurso filosófico. Fiquei contente com o convite, porque passo a fazer parte de um projeto que inclui John Dewey, Jean-Paul Sartre e Richard Rorty - embora eu não seja filósofo. Desde 1939, o instituto convida um pensador vivo para narrar seu percurso intelectual em um livro. O volume traz então ensaios de vários especialistas sobre os diversos aspectos da obra do convidado. No final, o convidado responde às dúvidas e críticas levantadas. O desafio é sistematizar de uma forma lógica tudo o que já fiz...

ÉPOCA - Como lidar com tamanha variedade de caminhos?
Eco -
Estou começando com meu interesse constante desde o começo da carreira pela Idade Média e pelos romances de Alessandro Manzoni. Depois vieram a Semiótica, a teoria da comunicação, a filosofia da linguagem. E há o lado banido, o da teoria ocultista, que sempre me fascinou. Tanto que tenho uma biblioteca só do assunto. Adoro a questão do falso. E foi recolhendo montes de teorias esquisitas que cheguei à ideia de escrever O cemitério de Praga.

ÉPOCA - Entre essas teorias, destaca-se a mais célebre das falsificações, O protocolo dos sábios de Sião. Por que o senhor se debruçou sobre um documento tão revoltante para fazer ficção?
Eco - 
Eu queria investigar como os europeus civilizados se esforçaram em construir inimigos invisíveis no século XIX. E o inimigo sempre figura como uma espécie de monstro: tem de ser repugnante, feio e malcheiroso. De alguma forma, o que causa repulsa no inimigo é algo que faz parte de nós. Foi essa ambivalência que persegui em O cemitério de Praga. Nada mais exemplar que a elaboração das teorias antissemitas, que viriam a desembocar no nazismo do século XX. Em pesquisas, em arquivos e na internet, constatei que o antissemitismo tem origem religiosa, deriva para o discurso de esquerda e, finalmente, dá uma guinada à direita para se tornar a prioridade da ideologia nacional-socialista. Começou na Idade Média a partir de uma visão cristã e religiosa. Os judeus eram estigmatizados como os assassinos de Jesus. Essa visão chegou ao ápice com Lutero. Ele pregava que os judeus fossem banidos. Os jesuítas também tiveram seu papel. No século XIX, os judeus, aparentemente integrados à Europa, começaram a ser satanizados por sua riqueza. A família de banqueiros Rotschild, estabelecida em Paris, virou um alvo do rancor social e dos pregadores socialistas. Descobri os textos de Léo Taxil, discípulo do socialista utópico Fourier. Ele inaugurou uma série de teorias sobre a conspiração judaica e capitalista internacional que resultaria em Os protocolos dos sábios do Sião, texto forjado em 1897 pela polícia secreta do czar Nicolau II. 

ÉPOCA - O senhor considera os Procotolos uma das fontes do nazismo?
Eco -
Sem dúvida. Adolf Hitler, em sua autobiografia, Minha luta, dava como legítimo o texto dos Protocolos. Hitler tomou como verdadeira uma falsificação das mais grosseiras, e essa mentira constitui um dos fundamentos do nazismo. A raiz do antissemitismo vem de muito antes, de uma construção do inimigo, que partiu de delírios e paranoias.

ÉPOCA - O personagem de O cemitério de Praga, Simone Simonini, parece concentrar todos os preconceitos e delírios europeus do século XIX. Ele é ao mesmo tempo antissemita, anticlerical, anticapitalicas e antissocialista. Como surgiu na sua mente alguém tão abominável?
Eco -
 Os críticos disseram que Simonini é o personagem mais horroroso da literatura de todos os tempos, e devo concordar com eles. Ele também é muito divertido. Seus excessos estão ali para provocar riso e revolta. No romance, Simonini é a única figura fictícia. Guarda todos os preconceitos e fantasias sobre um inimigo que jamais conhece. E se desdobra em várias personalidades: durante o dia, atua como tabelião falsificador de documentos; à noite, traveste-se em falso padre jesuíta e sai atrás de aventuras sinistras. Acaba virando joguete dos monarquistas, que se opõem à unificação da Itália, e, por fim, dos russos. Imaginei Simonini como um dos autores de Os protocolos dos sábios do Sião. 

ÉPOCA - A falsificação sobre falsificações permitida pela ficção tornou o livro controverso. Ele tem provocado reações negativas. O senhor gosta de lidar com polêmicas?
Eco - A recepção tem sido positiva. O livro tem feito sucesso sem precisar de polêmicas. Quando foi lançado na Itália, ele gerou alguma discussão. O L'osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano, publicou um artigo condenando os ataques do livro aos jesuítas. Não respondi, porque sou conhecido como um intelectual anticlerical - e já havia discutido com a igreja católica no tempo de O nome da rosa, quando me acusaram de atacar a igreja. O rabino de Roma leu O cemitério de Praga e advertiu em um pronunciamento que as teorias contidas no livro poderiam se tornar novamente populares a partir da obra. Respondi a ele que não havia esse perigo. Ao contrário, se Simonini serve para alguma coisa, é para provocar nossa indignação.

ÉPOCA - Além de falsário, Simonini se revela um gourmet. Ao longo do livro, o senhor joga listas e listas de receitas as mais extravagantes, que Simonini comenta com volúpia. O senhor gosta de gastronomia?
Eco -
Eu sou MacDonald's! Nunca me incomodei com detalhes de comida. Pesquisei receitas antigas com um objetivo preciso: causar repugnância no leitor. A gastronomia é um dado negativo na composição do personagem. Quando Simonini discorre sobre pratos esquisitos, o leitor deve sentir o estômago revirado.

ÉPOCA - Qual o sentido de escrever romances hoje em dia? O que o atrai no gênero?
Eco -
Faz todo o sentido escrever ficção. Não vejo como fazer hoje narrativa experimental, como James Joyce fez com Finnegan's Wake, para mim a fronteira final da experimentação. Houve um recuo para a narrativa linear e clássica. Comecei a escrever ficção nesse contexto de restauração da narratividade, chamado de pós-modernismo. Sou considerado um autor pós-moderno, e concordo com isso. Vasculho as formas e artifícios do romance tradicional. Só que procuro introduzir temas que possam intrigar o leitor: a teoria da comédia perdida de Aristóteles em O nome da rosa; as conspirações maçônicas em O pêndulo de Foucault; a imaginação medieval em Baudolino; a memória e os quadrinhos em A misteriosa chama; a construção do antissemitismo em O cemitério de Praga. O romance é a realização maior da narratividade. E a narratividade conserva o mito arcaico, base de nossa cultura. Contar uma história que emocione e transforme quem a absorve é algo que se passa com a mãe e seu filho, o romancista e seu leitor, o cineasta e seu espectador. A força da narrativa é mais efetiva do que qualquer tecnologia.

ÉPOCA - Philip Roth disse que a literatura morreu. Qual a sua opinião sobre os apocalípticos que preveem a morte da literatura?
Eco -
Philip Roth é um grande escritor. A contar com ele, a literatura não vai morrer tão cedo. Ele publica um romance por ano, e sempre de boa qualidade. Não me parece que nem o romance nem ele pretendem interromper a carreira (risos).

ÉPOCA - Mas por que hoje não aparecem romancistas do porte de Liev Tolstói e Gustave Flaubert?
Eco -
Talvez porque ainda não os descobrimos. Nada acontece imediatamente na literatura. É preciso esperar um pouco. Devem certamente existir Tolstóis e Flauberts por aí. E têm surgido ótimos ficcionistas em toda parte.

ÉPOCA - Como o senhor analisa a literatura contemporânea?
Eco -
Há bons autores medianos na Itália. Nada de genial, mas têm saído livros interessantes de autores bastante promissores. Hoje existe o thriller italiano, com os romances de suspense de Andrea Camilleri e seus discípulos. No entanto, um signo do abalo econômico italiano é que não é mais possível um romancista viver de sua obra literária, como fazia (Alberto) Moravia. Hoje romance virou uma atividade diletante. É diferente do que ocorre nos Estados Unidos, aindaum polo emissor de ótima ficção e da profissionalização dos escritores. Além dos livros de Roth, adorei ler Liberdade, de Jonathan Franzen, um romance de corte clássico e repleto de referências culturais. A França, infelizmente, experimenta uma certa decadência literária, e nada de bom apareceu nos últimos tempos. O mesmo parece se passar com a América Latina. Já vão longe os tempos do realismo fantástico de García Márquez e Jorge Luis Borges. Nada tem vindo de lá que me pareça digno de nota.

ÉPOCA - E a literatura brasileira? Que impressões o senhor tem do Brasil? O país lhe parece mais interessante hoje do que há 30 anos?
Eco -
O Brasil é um país incrivelmente dinâmico. Visitei o Brasil há muito tempo, agora acompanho de longe as notícias sobre o país. A primeira vez foi em 1966. Foi quando visitei terreiros de umbanda e candomblé - e mais tarde usei essa experiência em um capítulo de O pêndulo de Foucault para descrever um ritual de candomblé. Quando voltei em 1978, tudo já havia mudado, as cidades já não pareciam as mesmas. Imagino que hoje em dia o Brasil esteja completamente transformado. Não tenho acompanhado nada do que se faz por lá em literatura. Eu era amigo do poeta Haroldo de Campos, um grande erudito e tradutor. Gostaria de voltar, tenho muitos convites, mas agora ando muito ocupado... comigo mesmo.

ÉPOCA - O senhor foi o criador do suspense erudito. O modelo é ainda válido?
Eco -
Em O nome da Rosa, consegui juntar erudição e romance de suspense. Inventei o investigador-frade William de Baskerville, baseado em Sherlock Holmes de Conan Dolyle, um bibliotecário cego inspirado em Jorge Luis Borges, e fui muito criticado porque Jorge de Burgos, o personagem, revela-se um vilão. De qualquer forma, o livro foi um sucesso e ajudou a criar um tipo de literatura que vejo com bons olhos Sim, há muita coisa boa sendo feita. Gosto de (Arturo) Pérez-Reverte, com seus livros de fantasia que lembram os romances de aventura de Alexandre Dumas e Emilio Salgari que eu lia quando menino.

ÉPOCA - Lendo seus seguidores, como Dan Brown, o senhor às vezes não se arrepende de ter criado o suspense erudito?
Eco -
Às vezes, sim! (risos) O Dan Brown me irrita porque ele parece um personagem inventado por mim. Em vez de ele compreender que as teorias conspiratórias são falsas, Brown as assume como verdadeiras, ficando ao lado do personagem, sem questionar nada. É o que ele faz em O Código Da Vinci. É o mesmo contexto de O pêndulo de Foucault. Mas ele parece ter adotado a história para simplificá-la. Isso provoca ondas de mistificação. Há leitores que acreditam em tudo o que Dan Brown escreve - e não posso condená-los.

ÉPOCA - O que vem antes na sua obra, a teoria ou a ficção?
Eco -
Não há um caminho único. Eu tanto posso escrever um romance a partir de uma pesquisa ou um ensaio que eu tenha feito. Foi o caso de O pêndulo de Foucault, que nasceu de uma teoria. Baudolino resultou de ideias que elaborei em torno da falsificação. Ou vice-versa. Depois de escrever O cemitério de Praga, me veio a ideia de elaborar uma teoria, que resultou no livro Costruire il Nemico (Construir o Inimigo, lançado em maio de 2011). E nada impede que uma teoria nascida de uma obra de ficção redunde em outra ficção.

ÉPOCA - Quando escreve, o senhor tem um método ou uma superstição?
Eco -
Não tenho nenhum método. Não sou com Alberto Moravia, que acordava às 8h, trabalhava até o meio-dia, almoçava, e depois voltava para a escrivaninha. Escrevo ficção sempre que me dá prazer, sem observar horários e metodologias. Adoro escrever por escrever, em qualquer meio, do lápis ao computador. Quando elaboro textos acadêmicos ou ensaio, preciso me concentrar, mas não o faço por método.

ÉPOCA - Como o senhor analisa a crise econômica italiana? Existe uma crise moral que acompanha o processo de decadência cultural? A Itália vai acabar?
Eco -
Não sou economista para responder à pergunta. Não sei por que vocês jornalistas estão sempre fazendo perguntas (risos). Talvez porque eu tenha sido um crítico do governo Silvio Berlusconi nesses anos todos, nos meus artigos de jornal, não é mesmo? Bom, a Itália vive uma crise econômica sem precedentes. Nos anos Berlusconi, desde 2001, os italianos viveram uma fantasia, que conduziu à decadência moral. Os pais sonhavam com que as filhas frequentassem as orgias de Berlusconi para assim se tornarem estrela da televisão. Isso tinha de parar, acho que agora todos se deram conta dos excessos. A Itália continua a existir, apesar de Berlusconi.

ÉPOCA - O senhor está confiante com a junção Merkozy (Nicolas Sarkozy e Angela Merkel) e a ascensão dos tecnocratas, como Mario Monti como primeiro ministro da Itália?
Eco -
Se não há outra forma de governar a zona do Euro, o que fazer? Merkel tem o encargo, mas também sofre pressões em seu país, para que deixe de apoiar países em dificuldades. A ascensão de Monti marca a chegada dos tecnocratas ao poder. E de fato é hora de tomar medidas duras e impopulares que só tecnocratas como Monti, que não se preocupa com eleição, podem tomar, como o corte nas aposentadorias e outros privilégios.

ÉPOCA - O que o senhor faz no tempo livre?
Eco -
Coleciono livros e ouço música pela internet. Tenho encontrado ótimas rádios virtuais. Estou encantado com uma emissora que só transmite música coral. Eu toco flauta doce (mostra cinco flautas de variados tamanhos), mas não tenho tido tempo para praticar. Gosto de brincar com meus netos, uma menina e um menino.

ÉPOCA - Os 80 anos também são uma ocasião para pensar na cidade natal. Como é sua ligação com Alessandria?
Eco -
Não é difícil voltar para lá, porque Alessandria fica a uns 100 quilômetros de Milão. Aliás foi um dos motivos que escolhi morar por aqui: é perto de Bolonha e de Alessandria. Quando volto, sou recebido como uma celebridade. Eu e o chapéu Borsalino, somos produção de Alessandria! Reencontro velhos amigos no clube da cidade, sou homenageado, bato muito papo. Não tenho mais parentes próximos. É sempre emocionante.

 

Fonte: Revista Época

(http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/12/umberto-eco-o-excesso-de-informacao-provoca-amnesia.html)

publicado por vozdaus às 11:15

O Blog Voz da US inaugura uma nova secção: "Entre Aspas". Esta é uma parte do blog voltada para a divulgação de conteúdo produzida por outras pessoas e instituições. Temos o objectivo de promover a circulação de informações de qualidade, valorizar o trabalho alheio, e acima de tudo promover o debate de ideias qualificadas. A internet tem um vasto manancial de informações, por vezes boas, por vezes más, nesse sentido é que se faz necessário um filtro que valorize o que tem qualidade. Outra característica do mundo virtual é a possibilidade do encontro, a oportunidade de trocar ideias - como é o caso dos comentários no blog - por isso, o acto de trazer conteúdos para esse espaço é uma iniciativa para debatermos o que acontece de interessante a nossa volta.

 

Para a abertura desta nova secção trazemos a entrevista do escritor Umberto Eco, que poderá ser vista na próxima publicação.

publicado por vozdaus às 11:07

 

“Que Paradigma para o Ensino Superior em Cabo Verde” foi o lema da palestra realizado no passado Sábado na Universidade de Santiago. A palestra teve a participação do Ministro António Correia e Silva, que tutela a pasta do Ensino Superior e Inovação, que e estruturou a sua apresentação em três partes: os valores, as realidades e os desafios do ensino superior. O evento também teve a presença dos docentes e discentes da Universidade de Santiago.

 

Segundo o Ministro, o ensino superior é uma realidade viva de grande utilidade social. Um dos seus principais valores é a expansão das oportunidades de quem estuda, e que são expectativas da comunidade. Outra questão, socialmente pertinente para os desafios a serem superados, é o facto de que a população está a espera de uma maior qualidade no ensino e querem ver os seus resultados práticos, pois os jovens formados serão os responsáveis pela transformação do país. 

 

Ainda continuou, que Cabo Verde está tendo maiores ganhos no ensino superior, tem a maior taxa de jovens matriculados no ensino superior, em África. Cerca de 21% de jovens estão nas universidades do país, o que corresponde a cerca de3000 alunos.

publicado por vozdaus às 09:33
25 de Dezembro de 2011

O curso de Serviço Social e Políticas Públicas (SSPP) da Universidade de Santiago, em parceria com os municípios da região, Cruz Vermelha de Assomada, realizou um convívio para pessoas com deficiencias de todos os concelhos de Santiago Norte., no passado dia 18. Várias actividades marcaram o dia, entre elas, jogos paradesportivos, danças e músicas, almoço, actuação do grupo “Mão na roda” e distribuição de cabazes, promovendo muita alegria aos presentes.

 

Suely Sanches, deficiente física, medalha de bronze dos jogos lusofonia 2009 em Portugal, não esconde a alegria, ressaltando que a iniciativa é louvável e “é bom saber que, numa sociedade em que os deficientes são muito descriminados, há pessoas que se preocupam connosco e pretendem fazer algo para nós”. Carlos Santos, Coordenador do curso SSPP da US, afirma que a actividade serviu não só para “promover um dia de alegria aos participantes, mas também para aplicação de um inquérito para analisar a situação social desses deficientes.”

 

É de salientar que a US, através do Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais, criou um Observatório de Desigualdade Social com objectivo de produzir estudos de investigação sobre os grupos sociais vulneráveis da região Santiago Norte que, segundo Carlos Santos, servirá “junto aos parceiros públicos e privados, para a criação de projectos de intervenção nessas áreas, que dados aos vários factores são muitas vezes postos de lado”. O observatório, que já está em funcionamento, será oficialmente apresentado à sociedade em Março de 2011.

 

Herculano Lopes

publicado por vozdaus às 19:55
23 de Dezembro de 2011

No passado dia 7 de Dezembro, José Mário Correia, presidente do conselho administrativo da INFORPRESS, lançou o livro "Da Cabopress à Inforpress SA - 1988-2011 - Duas Décadas de Jornalismo - Um Novo Começo... Online" na Universidade de Santiago, onde concedeu uma entrevista ao blogue Voz da US da Universidade de Santiago.


Voz da US: O que é que está na origem deste livro?

José Mário Correia: Foi um desejo de fixar no papel tudo aquilo que foi um percurso histórico desta Agência (Inforpress) e demonstrar que de alguma forma é preciso que as coisas fiquem registadas. A nossa memória é importante não só para nós que agora estamos presentes, mas também para os vindouros conhecerem como começou, quais foram as grandes dificuldades e as grandes virtudes da empresa.

 

Voz da US: Por que o título da Cabopress à Inforpress?

José Mário Correia: Da Cabopress à Inforpress porque a primeira empresa chamava Cabopress, isso em 1982, quando se elaborou o primeiro estatuto e esse nome, a Agência manteve-o até 1987, quando se transformou numa empresa pública, agora não só Agência mas também Agência e Jornal para ganhar o nome de Inforpress e perdurar até os dias de hoje.

 

Voz da US: O que é que o senhor pretende dar aos cabo-verdianos com este livro?

José Mário Correia: Com este livro, pretendo que conheçam a história da Agência, vejam os erros que cometemos no passado, as formas como nós tentamos corrigi-los, as várias etapas que a empresa trilhou neste caminho, e por fim,  pretendo que conheçam a história e que saibam fazer o melhor.

 

Voz da US: Sei que já lançou o livro na Praia e agora na Universidade de Santiago. Dessa forma, como é que o senhor classifica a participação do público no acto do lançamento do livro?

José Mário Correia: Foi uma participação boa, muito bem concorrida não só pelos estudantes de jornalismo mas também por indivíduos da sociedade do mundo da cultura e da política desejosos de conhecer aquilo que é uma Agência de Noticia.

 

Voz da US: Para concretizar a obra contou com algum tipo de apoio?

José Mário Correia: Foi um livro patrocinado quase exclusivamente pela Inforpress, mas conta também com o patrocínio do Banco Inter Atlântico e da Agência de Viagem Orbitur, um patrocínio modesto mas que ainda assim contribuiu para reduzir os custos globais da elaboração e publicação desta obra.

 

Voz da US: Quanto tempo levou para o livro estar pronto?

José Mário Correia: Foram 14 meses de trabalhos todos os dias.

 

Voz da US: Para terminar, qual é a mensagem que gostarias de deixar para os alunos de Comunicação Social?

José Mário Correia: Que leiam o livro e que vejam na Agência e no seu modelo de Jornalismo um modelo a editar, que trabalhem todos os dias, que investiguem, pesquisem e inovem nos erros, pois não faz sentido repetir os mesmos erros. Este livro dá pista daquilo que deve ser o Jornalismo da Agência, o seu modelo textual, a forma como o trabalho conjunto deve ser feito, o papel do editor, do director, do próprio jornalista e estratégia da conquista de fontes sendo elas muito importantes.

 

Ângelo Semedo

publicado por vozdaus às 09:09
08 de Dezembro de 2011

A próxima sessão do Cine US exibirá o filme O Tigre e o Dragão, dirigido por Ang Lee. Tal como parte do elenco, como Chow Yun-Fat e Michele Yeoh, o director depois de fazer sucesso em produções americanas, decidiu retornar a China para a produção desse gradioso filme. A sua realização e seu sucesso - além do lançamento de outros filmes chineses na esteira de O Tigre e o Dragão - mostram que o eixo da produção cinematográfica mundial pode ter outros pólos além de Hollywood. Além disso, o filme permite que os seus espectadores conheçam parte de um cultura chinesa que é normalmente desconhecida ou estereotipada.

 

O filme conta a história de dois valiosos guerreiros buscam uma espada roubada, enquanto lidam com os dilemas das suas próprias vidas e com uma adolescente que passa por um momento delicado. Um épico chinês moderno, que trata de questões de honra e compromisso. Filme vencedor de quatro Óscares.

 

 

O Cine US é uma actividade do Departamento de Ciências da Educação Filosofia e Letras. Tem por objectivo contribuir com a formação cultural dos alunos, através da exibição de filmes, escolhidos de acordo com temas relevantes. Os filmes são exibidos sempre aos sábados, às 18h30, no Campus da Universidade de Santiago

publicado por vozdaus às 16:10
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